Dívidas em atraso: veja como os bancos estão oferecendo descontos para renegociação
Mutirões de renegociação e programas de combate ao superendividamento permitem a devedores conseguir abatimentos de até 90% no valor total das dívidas, especialmente no final do ano.
O cenário de juros altos e endividamento recorde no Brasil levou grandes instituições financeiras e bancos públicos a intensificarem as campanhas de renegociação. Em um esforço para limpar o crédito e recuperar o capital, os bancos estão oferecendo descontos significativos no valor principal das dívidas em atraso, em alguns casos chegando a 90% de abatimento. Este momento se apresenta como uma oportunidade única para milhões de brasileiros que buscam sair da inadimplência e recuperar o acesso ao crédito.
A estratégia dos bancos e das instituições de crédito, muitas vezes coordenada com órgãos de proteção ao consumidor como o Serasa e SPC, é transformar uma dívida de difícil recuperação em um valor quitado, mesmo que menor.
O Caminho para a Renegociação e Grandes Descontos
A chave para obter os maiores descontos está na idade da dívida e na participação em programas oficiais de renegociação.
1. Mutirões e Feirões de Negociação
Os grandes feirões e mutirões de renegociação (muitos realizados online ou em parceria com o Serasa e a Boa Vista) são os canais mais eficientes para conseguir descontos agressivos. Nessas ocasiões, os bancos costumam liberar ofertas padronizadas com altas taxas de abatimento, pois o objetivo é liquidar o máximo de débitos em um curto período.
- Exemplo de Ofertas: Dívidas de cartão de crédito e cheque especial, que possuem juros acumulados altíssimos, são as que apresentam os maiores descontos no valor principal.
2. A Idade da Dívida
Dívidas com mais de cinco anos tendem a gerar os maiores descontos. Isso ocorre porque, após esse período, o nome do devedor é retirado dos cadastros de inadimplentes (prescrição do órgão de proteção ao crédito). O banco, então, oferece um desconto maior para recuperar qualquer valor antes que o débito se torne irrecuperável juridicamente.
3. Foco em Dívidas de Alto Custo
Os bancos estão priorizando a renegociação de dívidas que possuem juros rotativos elevados:
- Cartão de Crédito: O crédito rotativo é o tipo de dívida mais caro e, consequentemente, o que tem maior margem para descontos.
- Cheque Especial: Similar ao rotativo, é uma dívida de curto prazo que acumula juros rapidamente.
- Empréstimos Pessoais: Dependendo da taxa de juros original, também são passíveis de bons abatimentos.
Como Negociar de Forma Segura e Eficaz
A negociação de dívidas exige cautela e planejamento para garantir que o acordo firmado seja, de fato, sustentável.
I. Consulte seu Score e Débitos
Antes de negociar, o consumidor deve verificar seu Score de Crédito e a lista completa de débitos em plataformas como Serasa, SPC e Registrato (do Banco Central). Conhecer o valor original e a taxa de juros aplicada é essencial para avaliar a proposta do banco.
II. Avalie a Capacidade de Pagamento
O maior erro na renegociação é fechar um acordo de parcelamento com mensalidades que não cabem no orçamento.
“A melhor renegociação é aquela que você consegue cumprir. Se o desconto for de 90% em uma parcela única que você não tem como pagar, ele não serve. Busque um valor que comprometa, no máximo, 30% da sua renda mensal líquida,” aconselha um especialista em finanças pessoais.
III. Exija o Contrato e o Comprovante de Quitação
Ao fechar o acordo, especialmente se for em parcela única ou com o perdão de juros, o consumidor deve exigir o novo contrato com os valores renegociados e, após o pagamento, o comprovante de quitação total da dívida. Isso é a garantia de que seu nome será limpo e que a cobrança não será retomada.
Aproveitar os mutirões e as campanhas de final de ano é o caminho mais inteligente para sair da inadimplência.




