Crédito consignado para quem é CLT terá juros mais baixos e saldo do FGTS como aliado
Trabalhadores CLT terão acesso a crédito consignado com juros menores e garantia do FGTS. Entenda como funciona essa novidade e quem poderá solicitar.
O crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada está prestes a passar por uma grande transformação com a implementação do e‑consignado.
A nova modalidade pretende ampliar o acesso ao crédito com taxas reduzidas, tornando os empréstimos mais acessíveis e seguros para milhões de brasileiros. Esta iniciativa surge como resposta ao elevado volume de empréstimos pessoais sem garantia, que ultrapassam R$ 320 bilhões no Brasil.
Com taxas médias previstas de 2,5% ao mês, o e‑consignado usará o eSocial para facilitar a análise de crédito e garantir maior segurança nas operações. Além disso, permitirá refinanciamento e migração de contratos antigos, proporcionando melhores condições para os trabalhadores.

Como vai funcionar o e‑consignado para CLT?
De acordo com o governo, o objetivo é evitar o superendividamento e garantir que os valores descontados diretamente na folha de pagamento não ultrapassem 35% da renda do trabalhador.
O projeto vem sendo discutido há cerca de um ano e está em fase final de ajustes. A expectativa é que seja oficializado por meio de uma Medida Provisória (MP) em março de 2025, com a presença do presidente Lula no evento de lançamento.
O e‑consignado se diferencia das linhas de crédito tradicionais ao permitir que as parcelas do empréstimo sejam descontadas diretamente do salário do trabalhador.
Assim, a proposta prevê:
- Taxa média de 2,5% ao mês, podendo variar conforme o perfil do trabalhador e o risco do setor;
- Desconto automático na folha de pagamento, reduzindo riscos de inadimplência;
- Possibilidade de refinanciamento e migração de contratos de crédito pessoal para essa nova modalidade;
- Uso parcial do FGTS como garantia, com 10% do saldo e 40% da multa rescisória em caso de demissão;
- Acesso simplificado via aplicativos bancários e plataformas digitais.
O trabalhador poderá escolher a instituição financeira que oferece as melhores condições para o seu perfil. Como os bancos terão acesso a um banco de dados mais completo, espera-se que ofereçam taxas mais vantajosas do que as praticadas no mercado tradicional de crédito pessoal.
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Qual será o impacto no mercado financeiro?
A expectativa é que o e‑consignado represente uma alternativa mais segura e acessível para milhões de trabalhadores CLT. Hoje, muitas pessoas recorrem a empréstimos pessoais com juros elevados, o que contribui para o endividamento excessivo.
Já com essa nova modalidade, a ideia é reduzir as taxas e oferecer uma alternativa mais estável para quem precisa de crédito rápido e acessível.
Além disso, a implementação desse sistema deve impulsionar a competitividade entre as instituições financeiras. Como os bancos poderão ajustar suas taxas de juros de acordo com o risco real de cada trabalhador, há uma tendência de que as condições de crédito se tornem mais justas e personalizadas.
O setor financeiro também precisará se adaptar à integração com o eSocial, garantindo a segurança dos dados e aprimorando suas análises de crédito. A modernização do sistema promete trazer mais agilidade e eficiência para as operações bancárias.
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Quando será lançada a modalidade?
O governo federal pretende oficializar a nova linha de crédito entre os dias 10 e 14 de março de 2025. O anúncio deve ser feito por meio de uma Medida Provisória, estabelecendo as diretrizes para a implementação do programa.
Ainda assim, a liberação do crédito dependerá da adaptação dos bancos ao novo sistema. A expectativa é que os trabalhadores possam acessar essa modalidade de empréstimo ao longo de 2025, conforme as instituições financeiras finalizem suas adequações.
Por meio dessa medida, o governo espera oferecer uma solução mais acessível para quem precisa de crédito, ao mesmo tempo em que fortalece a segurança financeira dos trabalhadores e reduz o risco de endividamento excessivo.