Use o 13º salário para sair do vermelho antes de 2026
A gratificação natalina é a ferramenta ideal para quitar dívidas caras, como cartão de crédito e cheque especial, garantindo um novo ano com o orçamento livre de juros.
Com a chegada do final do ano, milhões de trabalhadores brasileiros recebem o 13º salário, a gratificação natalina que funciona como um salário extra. Em vez de destinar o valor imediatamente para compras de Natal ou viagens, especialistas em finanças pessoais são unânimes: o uso mais inteligente e estratégico do 13º é a quitação de dívidas caras, permitindo que o consumidor comece o novo ano fora da inadimplência e livre da cobrança de juros.
Sair do vermelho antes de 2026 deve ser a principal meta financeira para quem tem débitos acumulados, pois o retorno do dinheiro investido na quitação é imediato e garantido.
O Plano de Ataque: Priorizando Dívidas de Alto Custo
A estratégia para usar o 13º salário de forma eficiente é baseada na hierarquia dos juros. O foco deve ser eliminar, ou pelo menos reduzir drasticamente, as dívidas que cobram as taxas mais altas.
1. Dívidas de Juros Rotativos
O primeiro alvo deve ser o crédito rotativo do cartão de crédito e o cheque especial. Estas são as modalidades de crédito mais caras do mercado, com juros que podem ultrapassar 300% ao ano.
- Ação Prática: Use o 13º salário, mesmo que parcialmente, para cobrir o saldo devedor integral dessas contas. Se o valor do 13º não for suficiente para a quitação total, use-o para amortizar a maior parte e renegocie o restante com o banco em parcelas fixas e sem juros rotativos.
2. Empréstimos Pessoais (com Juros Médios)
Após eliminar as dívidas rotativas, o foco passa para os empréstimos pessoais. Se o 13º for suficiente, use-o para quitar o empréstimo à vista, solicitando o desconto dos juros futuros. A quitação antecipada garante uma economia significativa.
3. Contas de Consumo (Água, Luz, Telefone)
Dívidas de contas básicas, embora não tenham juros tão altos quanto o rotativo, devem ser pagas para evitar o corte de serviços essenciais e a cobrança de multas. O ideal é quitá-las integralmente com o 13º.
Negociação: Seu Maior Aliado
Na maioria dos casos, o valor do 13º não cobrirá todas as dívidas. Por isso, a negociação é fundamental.
Ao usar o valor extra para dar uma boa entrada ou para pagar uma parcela única, o consumidor ganha poder de barganha:
- Descontos Agregados: Os bancos costumam oferecer os maiores descontos (podendo chegar a 90% em débitos antigos) quando o pagamento é feito à vista. O 13º salário torna esse pagamento à vista possível.
- Saída da Inadimplência: Quitar uma dívida antiga permite limpar o nome e reconstruir o score de crédito, abrindo portas para financiamentos mais saudáveis no futuro.
Olhando para o Futuro: Reserva de Emergência
Se, por sorte, você não tiver dívidas caras, o 13º salário deve ser usado para construir ou reforçar a reserva de emergência. Guardar o valor em uma aplicação segura (como o Tesouro Selic ou CDBs de liquidez diária) protege o orçamento contra imprevistos, como despesas médicas ou perda de emprego.
“A reserva de emergência é a melhor defesa contra o endividamento futuro. Use o 13º para ter de três a seis meses do seu custo de vida guardados. Isso evita que você recorra ao cheque especial ou ao rotativo na primeira dificuldade,” aconselham educadores financeiros.
Desta forma, o 13º salário deixa de ser apenas um bônus de consumo e se transforma em uma ferramenta estratégica para a estabilidade e o planejamento financeiro de longo prazo.




