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STI suspende julgamento sobre cálculo da aposentadoria por invalidez da reforma de 2019

Debate envolve justiça para segurados e sustentabilidade da Previdência; benefício reduzido preocupa trabalhadores e especialistas.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino suspendeu o julgamento que analisaria a constitucionalidade do cálculo da aposentadoria por invalidez após a reforma da Previdência de 2019.

Essa decisão atrasou a discussão sobre uma mudança que reduz o benefício de 100% para 60% da média das contribuições, afetando diretamente trabalhadores que não conseguem mais exercer suas funções.

O caso reflete um debate maior entre garantir a proteção efetiva dos segurados e assegurar a sustentabilidade do sistema previdenciário.

A sessão estava prevista para o dia 19 de setembro, mas a suspensão mostra que o tema ainda provocará intensos debates no STF.

O que estava em discussão no STF

Antes da reforma, a aposentadoria por invalidez era calculada com base na média dos 80% maiores salários de contribuição, garantindo o benefício integral.

Com a reforma de 2019, o cálculo mudou e passou a considerar 60% da média de todos os salários, sem eliminar os menores, com incrementos graduais apenas para aqueles com longa contribuição.

Para atingir o valor integral, o homem deve ter 40 anos e a mulher 35 anos de contribuição.

Impacto prático para segurados

Essa alteração causou redução significativa nos valores pagos, como no caso hipotético de um benefício caindo de R$ 3.500 para R$ 2.100 mensais.

Especialistas criticam que o cálculo despreze o caráter protetivo da aposentadoria por invalidez, que deve garantir uma renda estável em situação de incapacidade total.

A contradição com o auxílio-doença

Outro ponto contestado é a disparidade entre o auxílio-doença, que paga cerca de 91% da média dos últimos salários, e a aposentadoria por invalidez que, depois da reforma, pode pagar menos.

Essa situação gera recusas para os segurados, já que a renda diminui no momento em que o trabalhador mais precisa de apoio.

Incoerências apontadas na regra

A lei mantém o pagamento integral para casos de acidente de trabalho ou doenças profissionais, o que por um lado é justo, mas por outro cria desigualdade com quem sofre outras doenças incapacitantes.

Ou seja, trabalhadores com condições semelhantes podem receber benefícios diferentes, contrariando princípios de isonomia.

O que o STF terá que decidir

O Supremo deverá equilibrar o direito social do trabalhador a uma renda adequada e a necessidade do governo controlar os gastos públicos crescentes.

A possível redução do benefício se justifica pela busca do equilíbrio financeiro, mas pode resultar em perdas para quem está incapacitado.

Perspectivas para a decisão

Especialistas temem que os aspectos fiscais tenham peso significativo e possam impedir uma reversão da regra atual.

A expectativa é que o julgamento volte à pauta em breve e defina o caminho para os segurados e para o sistema previdenciário.

Continuaremos acompanhando o tema para informar as atualizações e os reflexos para os trabalhadores requerentes de aposentadoria por invalidez.

Janaína Silva

Amante da leitura desde sempre, encontrei nas palavras um refúgio e uma forma poderosa de expressão. Escrever é, para mim, uma paixão que se renova a cada página, a cada história contada. Gosto de transformar ideias em textos que tocam, informam e inspiram. Entre livros, pensamentos e emoções, sigo cultivando o prazer de comunicar com autenticidade.

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